segunda-feira, 15 de março de 2010
CAPINAN - O rebanho e o homem
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O rebanho trafega com tranqüilidade o caminho:
é sempre uma surpresa ao rebanho que ele chegue
ao campo ou ao matadouro.
Nenhuma raiva nenhuma esperança o rebanho leva,
pouco importa que a flor sucumba aos cascos
ou ainda que sobreviva.
Nenhuma pergunta o rebanho não diz:
até na sede ele é tranqüilo
até na guerra ele é mudo -
o rebanho não pronuncia,
usa a luz mas nunca explica a sua falta
usa o alimento sem nunca se perguntar.
Sobre o rebanho o sexo
que ele nunca explicava
e as fêmeas cobertas
recebem a fecundidade sem admiração.
A morte ele desconhece e a sua vida,
no rebanho não há companheiros
há cada corpo em si sem lucidez alguma.
O rebanho não vê a cara dos homens
aceita o caminho e vai escorrendo
num andar pesado sobre os campos.
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Nossa Marcelo, to adorando ler vc...
ResponderExcluirVocê conhece a 'Clarice' de Capinan?
ResponderExcluir"Que mistério tem Clarice/
Que mistério tem Clarice/
Pra guardar-se assim tão firme/
No coração..."
Anônimo(a),
ResponderExcluirQue bom, espero que apareça sempre.
Abraço.
Jac.,
ResponderExcluirConheço sim, conheço bastante a obra do Capinan, sua poesia, suas letras, junto com Edu Lobo escreveu canções belíssimas e como gestor de cultura na Bahia fez muita coisa lá.
Te abraço.