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MEU MENINO
(Ana Terra/Danilo Caymmi)
Se um dia você for embora
Não pense em mim
Que eu não te quero meu
Eu te quero seu
Se um dia você for embora
Vá lentamente como a noite
Que amanhece
Sem que a gente saiba exatamente
Como aconteceu
Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar
Mas não esconda nada
Que nada se esconde
Se por acaso um dia você for embora
Leva o menino que você é
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Então, foi assim...
Então, foi assim...
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Quem ouve os versos de Meu Menino, letra da escritora, poeta e produtora Ana Terra1 e música de Danilo Caymmi2, acredita tratar-se de uma triste canção de despedida, de separação, de desamor...
“Se um dia você for embora
Vá lentamente como a noite
Que amanhece
Sem que a gente saiba exatamente
Como aconteceu...”
Mas, não é. Trata-se, absolutamente, de uma canção de chegada, de encontro, de pode entrar que a casa é sua e ir-se quando assim o desejar. A poesia escrita por Ana Terra é uma declaração de não-posse, de amor incondicional, do despojamento que todos os amores verdadeiros deveriam ter, mas que só aos espíritos evoluídos é dado vivenciar.
Meu Menino, escrito como um simples bilhete, não tinha a pretensão de virar música. Ana Terra jamais imaginaria que esse bilhete de amor se transformaria em uma composição emocionante. “Meu menino foi um bilhete que deixei para o Danilo Caymmi quando começamos a namorar em 1973”, recorda Ana. “Eu vinha de uma separação meio barra-pesada e estava encantada com a leveza e o bom humor de Danilo.”
Casaram-se em seguida. Ele guardou o bilhete como um tesouro. Anos depois, desengavetou-o e o musicou. Mostrou o resultado para a irmã Nana Caymmi, que se encheu de emoção e a transmitiu na íntegra na gravação que fez para o LP Nana, lançado pela RCA Victor, em 1977.
Nana, por sua vez, chamou Bituca (Milton Nascimento) para lhe mostrar o novo disco. Ele pediu para repetir Meu Menino. Imediatamente disse: “Essa eu vou gravar”. Entrou no álbum Clube da Esquina 2 (1978, EMI-Odeon). “Tive a sorte de ter um bilhete cantado por dois dos maiores intérpretes do mundo. Ah! E tem mais: o Dorival tem um carinho especial por essa música, diz sempre que ama a melodia e a letra”, relata Ana Terra.
O amor dura até hoje e seguirá sua trilha vida afora. Da relação, que durou enquanto teve sentido, além de Meu Menino, nasceram Água de Cheiro, Aperta Outro, Antigamente, Cheiro Verde, Contra o Vento, Da Antiga, Juliana, Lua do Meio-Dia, Minha Dor, O Nosso Amor, Nossa Dança, Pé Sem Cabeça e Pessoas Diversas.
Nasceram também a cantora e compositora Juliana e o designer Gabriel, organizador do Centro Cultural Dorival Caymmi.
“Se um dia você for embora
Vá lentamente como a noite
Que amanhece
Sem que a gente saiba exatamente
Como aconteceu...”
Mas, não é. Trata-se, absolutamente, de uma canção de chegada, de encontro, de pode entrar que a casa é sua e ir-se quando assim o desejar. A poesia escrita por Ana Terra é uma declaração de não-posse, de amor incondicional, do despojamento que todos os amores verdadeiros deveriam ter, mas que só aos espíritos evoluídos é dado vivenciar.
Meu Menino, escrito como um simples bilhete, não tinha a pretensão de virar música. Ana Terra jamais imaginaria que esse bilhete de amor se transformaria em uma composição emocionante. “Meu menino foi um bilhete que deixei para o Danilo Caymmi quando começamos a namorar em 1973”, recorda Ana. “Eu vinha de uma separação meio barra-pesada e estava encantada com a leveza e o bom humor de Danilo.”
Casaram-se em seguida. Ele guardou o bilhete como um tesouro. Anos depois, desengavetou-o e o musicou. Mostrou o resultado para a irmã Nana Caymmi, que se encheu de emoção e a transmitiu na íntegra na gravação que fez para o LP Nana, lançado pela RCA Victor, em 1977.
Nana, por sua vez, chamou Bituca (Milton Nascimento) para lhe mostrar o novo disco. Ele pediu para repetir Meu Menino. Imediatamente disse: “Essa eu vou gravar”. Entrou no álbum Clube da Esquina 2 (1978, EMI-Odeon). “Tive a sorte de ter um bilhete cantado por dois dos maiores intérpretes do mundo. Ah! E tem mais: o Dorival tem um carinho especial por essa música, diz sempre que ama a melodia e a letra”, relata Ana Terra.
O amor dura até hoje e seguirá sua trilha vida afora. Da relação, que durou enquanto teve sentido, além de Meu Menino, nasceram Água de Cheiro, Aperta Outro, Antigamente, Cheiro Verde, Contra o Vento, Da Antiga, Juliana, Lua do Meio-Dia, Minha Dor, O Nosso Amor, Nossa Dança, Pé Sem Cabeça e Pessoas Diversas.
Nasceram também a cantora e compositora Juliana e o designer Gabriel, organizador do Centro Cultural Dorival Caymmi.
Nasceu ainda o LP Cheiro-Verde, disco independente de Danilo, produzido por Ana, em 1977, e lançado mais tarde na Europa, onde o músico é cultuado.
Em 1979, Ana e Danilo tomaram rumos diferentes, cada um seguindo o próprio plano de vôo.
Nana Caymmi, em depoimento ao programa Ensaio (TV Cultura), em 1993, afirmou que, das composições de Danilo Caymmi, a que mais lhe marcou foi Meu Menino.
Ana Terra, que não tinha a intenção de ser compositora, continuou a escrever bilhetes despretensiosos: Amor Meu Grande Amor (com Ângela Ro Ro), Essa Mulher e Da Cor Brasileira (com Joyce), entre outras.
Recordando do fato, serenamente, Ana afirma que: “Para mim ele era e sempre será um menino. E eu virei letrista por culpa de Danilo e de um bilhete de amor...”
1 Ana Maria Terra Borba Caymmi 20/5/1950 Rio de Janeiro-RJ.
2 Danilo Cândido Tostes Caymmi 07/3/1948 Rio de Janeiro-RJ.
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Ruy Godinho
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