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para joão curiaú
já te foste nas asas do vento
nos cheiros dos matos
mas me alimentas ainda
com a tua lucidez
te escrevo como um lamento
não tenho a quem amigo
a ternura é muito forte
sabes disso
hoje um dia qualquer
já me tiraram coisas
já me entreguei a pessoas
sempre virá alguém
amo uma mulher clara como o dia
a quem a emoção não chega
plena como está em mim
mas isso não importa
de feitor só tenho a solidão
que se confunde muito com
uma companheira
qual a semente da morte
que está em mim
MQ
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
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