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Preciso vir aqui, às vezes, para despejar uma impressão. Registrar uma emoção que um momento qualquer despertou em mim. E isso não é a poesia. Não aquela que sai de mim, num instante, sem qualquer motivo ou razão, espontânea, e é nada. Uma faísca apenas, que se desprende da grande labareda que sou eu, dentro de mim. A poesia é como o vento, sopra em qualquer direção e para nada. Vem, vai, retorna. É tempestade de vez em quando, ventania quase sempre, vendaval ou brisa leve.
O ator e agora cantor, Wagner Moura, foi iluminar o programa da Marília Gabriela e inundou de brilho, com o seu carisma, a minha tarde, neste sábado. Senti uma enorme necessidade de dizer alguma coisa dele. De falar nele e não 'de nada'. De escrever sobre como ele é encantador. E eu que tenho idéias esquisitas sobre muitas coisas, me deparei, de repente, com outras idéias que estão fora de padrão. E todas muito simples e singelas.
Quando começo a pensar em Deus e como Ele seria, esbarro sempre em constatações do tipo 'não sei' e não devo ter nenhum sentimento de culpa em relação a isso. Lembro das palavras de Mencken, aquele irreverente jornalista americano, da metade do século passado, que quando era inquirido sobre a sua total falta de crença religiosa, dizia que podia falar mal Dele e acusá-lo de todo tipo de crueldades e injustiças, pois Ele o vinha tratando bem e com grande polidez, até. Mas que não podia esquecer o modo bárbaro com que tratava a maioria do resto da humanidade.
Wagner jogou uma pequena, mas vigorosa luz sobre tanta obscuridade. Ele disse, só e apenas, que tudo poderia ser diferente se entendêssemos que Deus somos nós. E eu acrescento que tudo pode partir de nós. A maldade ou a bondade, a dor ou o prazer, a luz ou a escuridão. Tudo. Os céus e os infernos somos nós. Essa felicidade que desejamos eterna, não existe. E depois, nenhum espetáculo, por melhor que seja, pode durar para sempre. De minha parte, já demoli os altares todos, quebrei estátuas, apaguei imagens e encerrei as discussões com Deus. Qual seja o sentido da vida humana é coisa que ignoro. Às vezes, suspeito que não haja nenhum.
Mas a outra que há em mim - pois somos vários - me faz lembrar que sou, nesse universo imensurável, um pedaço daquela estrela que brilha no alto, na imensidão do infinito. E minha alma se enche de emoção! Talvez seja a parte divina se revelando em mim...Talvez..
Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/
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domingo, 22 de agosto de 2010
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Marcos, adorei teu blog, é bonito e tu escreves super bem. Mas, fiquei intrigada com teu comentário sobre o Wagner Moura, que eu acho 'super'porque esta entrevista já passou a tempos nao? quando meu pai morreu escrevi no blog algumas coisas sobre ele que nao sei porque me identifiquei agora com o que escrevestes sobre Deus, embora o enfoque tenha sido diferente.Abraços
ResponderExcluirFátima,
ResponderExcluirO texto é de uma grande amiga Jac. Rizzo (publico sempre seus escritos e poesias aqui, no pé da publicação esta o endereço do blog dela - imperdível)ela o escreveu na época da entrevista e, por ser atemporal, foi publicado aqui.
Seja sempre benvinda.
Abraço.