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Chula do vaqueiro Joque
Nos ermos do lá bem longe
No mundo de todo espaço
Um canto marajoara
Cai na roda feito laço
Não tinha noite nem dia
Na lida de todo esforço
Um animal o vestia
Dos pés até o pescoço
Vez nos campos alagados
Outro num tanto estiano
Sem tempo para reparar
Todo querer desumano
Seguia sempre na vida
Com a morte combinando
Seu modo de encantado
Natural e suserano
Animal enterrou chifre
Desmorrer não foi engano
Guariba surgiu das folhas
Esturrou por mais de ano
Um bote brotou da terra
Picando qual desengano
Cavalo quebrou a perna
Remédio foi só um ramo
Pescoço estalou na queda
Da morte foi desmorrendo
Encanto já se sabia
Há muito nele vivendo
Um dia o canto triste
Na distância ressoou
Esbarrando todo encanto
No desencanto do amor
Vaqueiro desencarnou
Fez valer o que é pequeno
Para gente que tem fervor
Virou, sendo, noutro pleno
“Ê guará-guará ê ...
Ê guará-mirim...
Eu conheço pelo olho
Quem fala mal de mim”
(*)
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MQ
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(*) Domínio Público Adaptado
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
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