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para joãozinho gomes
como avisei
esquartejei teus versos e os meus
tirei dos meus a mentira das palavras
que a borracha comeu
mas os teus
esquartejados e mesmo assim vivos
e pulsando ficaram
por dentro das folhas amassadas
escorrendo pelas dobras
a procura de notas na canção
foi o que bastou
saí e espalhei todos pela cidade
um pedaço em cada canto
e te juro meu poeta
quando terminei pude ouvir
pelas bocas das esquinas
cada palavra deles
até a esquina da rua do ditador
com a rua do general
gritavam pelas “chamas de liberdade”
no oportunismo peculiar delas
ainda no caminho de volta ouvi
da boca de um bêbado
vamos tomar a ultima na “nata da via Láctea”
assim a cidade matou a saudade
do poeta ausente
e eu carrasco dos teus versos
saboreei contente a noite
rezando a oração leiga concluída
com parte esquartejada dos teus versos
e o que havia de verdade nos meus
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MQ
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sábado, 13 de junho de 2009
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