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Folguedos, Quermesses ou Quadra Junina; cada região um nome, mas em sua essência a maior manifestação popular da nossa cultura.
Nos festejos juninos, o teatro, a música, a dança, o artesanato, a culinária e a literatura, com simplicidade, convivem com nossa tradição religiosa por todo o País, incorporando de cada região, suas peculiaridades no vestuário, nos costumes e nos referenciais cotidianos.
No Pará não se limitam a comemoração religiosa dos dias de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, a Quadra Junina reúne a comunidade durante todo o mês de junho.
Além dos trinta dias de festa, existem outros aspectos únicos. Talvez pela forte influência européia do passado, o Boi Bumbá é dançado de maneira mais teatral, suas toadas são mais melodiosas e temperadas com mais ritmo.
Na sua teatralização, o aspecto totêmico dá lugar à realidade social cotidiana. Espalhados pelos bairros a quadra ou o terreiro abriga durante todo o mês os ensaios e preparativos para as apresentações.
Pessoas de todas as idades participam se transformando no Tripa, no Amo, no Fazendeiro, na Catirina, no Vaqueiro e nas dezenas de personagens sem contar os brincantes, todos devidamente paramentados. Nos ensaios eles aprendem as toadas que compõe a encenação.
Toada de Chamamento, Reunir de Vaqueiros, de Apresentação, Lá Vai, Urrou na Rua e muitas outras que fazem o momento musical de cada encenação.
Dizem que antigamente a brincadeira de Boi era feita nas ruas e existia muita rivalidade entre os diversos bairros culminando em brigas e arruaças. O Código de Posturas na época proibiu a saída dos Bois pelas ruas, razão do surgimento dos terreiros (lugar onde se organizava a saída do cortejo) e de duas outras manifestações únicas no Brasil: Os Cordões de Pássaros e os Cordões de Bichos.
Folguedos esses que, em suas teatralizações, conta sempre a história da caçada, morte e ressurreição de uma ave ou bicho. Têm como personagens, animais, aves, fadas, caçadores, feiticeiras, guarda-bosques e muitos outros que o autor insere conforme o enredo, com total liberdade, sempre fazendo uma denúncia social baseada no cotidiano.
Assim como o Boi, os Cordões de Pássaros e Bichos mantém em sua estrutura, a música que é menos ritmada e com mais instrumentos harmônicos. Cantos Externos, de Licença, de Rua, de Despedida e muitos outros antecedem as apresentações, os Cantos Internos fazem parte do texto teatral.
Além de ocuparem também os terreiros e quadras como os Bois, fazem apresentações em praças, teatros, salões e nas festas espalhadas pela cidade.
Em toda a Quadra Junina paraense, pela sua popularidade, existem vestígios de manifestações de outras datas como o marambiré, o marabaixo e a marujada, sejam no ritmo, na música ou na indumentária. O lundu, o siriá e o carimbó mantêm seus traços na forma de dançar dos brincantes pelos terreiros e nas ruas.
Estas verdadeiras Operetas Populares fazem da festa junina no Pará uma manifestação única no Brasil, mantendo apenas referencias de religiosidade, é na verdade uma festa da cultura popular.
MQ
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sexta-feira, 26 de junho de 2009
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