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Autor de sucesso, suas peças faziam muito sucesso. Público, prêmios e reconhecimento por onde ia. Livros publicados, palestras em universidades, seminários, uma unanimidade.
Sempre que lhe perguntavam de qual personagem gostava mais, respondia: ora um ora outro. Mas na verdade a preferida nunca dissera a ninguém, guardava para si a grande paixão que sentia pela atriz de televisão fracassada, criada para um dos textos de que mais gostava, monólogo existencialista engraçado e denso ao mesmo tempo.
Seu único fracasso e, na sua opinião, a melhor montagem de seu trabalho. A atriz que vivia a fracassada abandonara o teatro, seduzida por uma religião, nunca mais a vira.
Numa viagem com sua trupe, começou a ter sonhos recorrentes com a atriz fracassada e sua melhor criação, que passava correndo de uma multidão na frente do hotel. A cada sonho distinguia seus outros personagens, vestidos para representar, perseguindo-a. O único rosto que identificava era o da atriz que a interpretara.
Resolveu; naquela noite, ficaria sem dormir para quebrar a seqüência daqueles sonhos.
Alta madrugada, estava lendo quando ouviu a gritaria e as batidas na porta; era ela e seus perseguidores.
A realidade fugia de sua ficção.
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MQ
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segunda-feira, 29 de junho de 2009
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