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Li a matéria da transposição do Rio São Francisco do João Abner Guimarães Júnior e até entendo que assim não dará certo mesmo, o que apresenta o artigo é uma mistura de levantamentos técnicos, comparações com outras realidades, projeções econômicas e políticas com todas as suposições de safadeza que lamentavelmente parece que todos convivem placidamente (políticos, governos, empreiteiras, empresários etc.).
A transposição das águas do Rio São Francisco, o Velho Chico é sonho de decência e talvez não vá passar disso com as pessoas que temos no País no planejamento e gestão pública. Entretanto tirar água de onde tem e levar para onde não tem, é claro demais e não vejo nenhum segredo técnico que não possa ser superado. O custo, seja qual for, deveria ser pago. Custe o que custar deveria ser feito.
A forma de vender essa água, a mais democrática e barata possível. Fazendo, inclusive as projeções da inclusão econômica que ela vai proporcionar tirando do governo o peso da esmola aos homens sãos, como diziam Zé Dantas e Luiz Gonzaga, não mais lhes matando de vergonha e nem viciando ninguém.
É claro que esse projeto é para mais de 30 anos e tem que estar acima de governos, ganâncias e vaidades. Se, como o artigo afirma, existem estoques de água sobrando porque não fazer pequenas transposições? Nunca entendi o projeto sem as pequenas transposições.
A primeira vez que ouvi falar nisso foi a mais de 30 anos. Compreendia em tirar o mesmo percentual de água e levar, aproveitando os acidentes geográficos, para grandes reservatórios. Deles para outros menores e assim sucessivamente até se chegar onde realmente é mais preciso.Com isso, além de ter a água, a própria natureza se encarregaria de fazê-la evaporar possibilitando chover que era o outro beneficio do projeto e, no longo prazo, o mais importante.
Não se falava em Nordeste setentrional e sim no Nordeste como um todo.
Enfim, talvez seja um erro nesse momento ou do jeito que está agora planejado ou que seja necessário mais um tempo para que se crie a coragem da honestidade e transforme esta obra na principal ação brasileira para o futuro.
E que apareça um outro Juscelino (até hoje o que mais fez para diminuir o problema da seca nordestina) e levante a bandeira capaz de nos mobilizar com a crença de que os sonhos são possíveis.
O João Abner não me convenceu.
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MQ
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sábado, 27 de junho de 2009
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