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Anabel Maria da Veiga Pimentel foi socióloga, históriadora e antropóloga, viveu sozinha no silêncio das margens do Açude de Cocorobó, desde meados dos anos 70, até morrer em março de 2004.
Foi de lá que sentiu saudades de Brás Teodoro e estudou o Povo do Belo Monte. Seus estudos foram publicados em inúmeros ensaios, artigos e em onze livros. São obras de referência sobre o Padre Ibiapina, Antônio Conselheiro, o Belo Monte e o povo daquela região.
Quando morreu, foram encontrados entre seus pertences, uma caixa com a espátula, as fotografias, o esboço, os poemas, o artigo, o relato do pintor e o seu aqui transcritos na íntegra.
Quem anda pela região, certamente ainda ouve, além do silêncio, a canção que ela espalhou por lá.
te canto incelenças
benditos
e ladainhas
invergadas sementes
na ponta dos sabres
das tropas juntadas
vaza o que guardas
vaza-barris
reúne o conselho
quilimérios, antônios
calutas e santos
vaza a história
descobre barris
sementes
que enterras
ruínas
que escondes
entre peixes
e cantos
vaza o que guardas
junta barris
com o choro da terra
o ontem
quimeras
com que hoje
enterras
vaza o que guardas
vaza-barris
incelença de silêncios
nos mantos dos montes
incelença de silêncios
nos mantos dos montes
não esquece brasil
vaza-barris
FIM
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Encontre o Povo do Belo Monte na www.ladodedentro.com.br
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quarta-feira, 10 de junho de 2009
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