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Ele descia a rua - uma ladeira - tropeçando nas pedrinhas da calçada, cambaleando. Vinha pensando nela, a mulher que lhe enlouquecia, entorpecia a alma. Ele bebia por ela. Se embriagava dela. Como ele odiava essa mulher! Quantas vezes a matara, estrangulara em pensamento. Mas ela não morria. Principalmente os olhos. Eles o perseguiam por toda parte. Ficavam abertos, imensos, boiando no espaço, olhando docemente para ele. Que olhar doce e infernal tinha ela! E não morriam, os olhos, não morriam. Essa mulher não morria. Como ele odiava essa mulher! E quando ela o beijava, que horror. Que beijo intenso e maldito, que boca herege, sem deus. Deve ser grande pecado odiar com tanta força. Que ser desprezível ele se sentia por não poder do próprio ódio se livrar. Ele pensava e se arrastava, trôpego. E só uma certeza o atormentava - ele iria odiá-la para sempre!
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Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/
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sexta-feira, 6 de maio de 2011
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Nosssssa !!! Que força !!!!!
ResponderExcluirTô descendo a ladeira até agora !!!
Forte !!!! Intenso !! Passional !!! Dilacerante !!!!
""LINDO""
Eliana,
ResponderExcluirDisse tudo.
A Jac. é demais.
Conheça o blog dela:
http://jacrizzo.blogspot.com/
Abração.