terça-feira, 27 de abril de 2010

MANUEL BANDEIRA

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Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -

Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!

Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...

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2 comentários:

  1. Huummm, esse poema é
    muito lindo!!!
    Quem diria..mas o poeta Bandeira era assim, algumas vezes, apaixonado e sensual!

    Lindo!

    Ah, amigo Quinan...venho buscar os
    Drummond e Vinicius e Bandeiras de cada manhã!

    Abraço.

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  2. Jac.,

    Que bom recebê-la aqui toda manhã, gosto muito.
    Hoje pendurei na janela o primeiro livro do Vinícius especialmente pra você.

    Te abraço

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