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Ouço uma fonte
Ouço uma fonte
É uma fonte noturna
Jorrando.
É uma fonte perdida
No frio.
É uma fonte invisível.
É um soluço incessante,
Molhado, cantando.
É uma voz lívida.
É uma voz caindo
Na noite densa
E áspera.
É uma voz que não chama.
É uma voz nua.
É uma voz fria.
É uma voz sozinha.
É a mesma voz.
É a mesma queixa.
É a mesma angústia,
Sempre inconsolável.
É uma fonte invisível,
Ferindo o silêncio,
Gelada jorrando,
Perdida na noite.
É a vida caindo
No tempo!
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
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