quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ser


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Não entrego ao amor o tanto que vivi
Redimido dou o que construo todos os dias
Sem o martírio harmonizando meus medos

Meu corpo e minha alma já se envenenaram
Por muitos caminhos vivendo da carne pura
De mulheres tremulando o vazio na minha face

Um tempo em que não era só o riso
Que embriagava minha boca e a tristeza
Andava bêbada junto ao meu silêncio

Hoje sou ser em guerra perseguido
Pelo que desfiz e lutando com as armas
Da emoção para me recriar diariamente

Desesperado, mas consolável, um ser só...
Que conhece os beijos mortos das mulheres
E o fraco da própria voz perdida tantas vezes

Muitos rumos possuíram minha alma
Andando em vão fui fraco ao me desperceber
E sem forças quando gritava de solidão

Nada sabia, mas entendia a angústia
Gemendo seus murmúrios para gerar o sentimento
Enquanto a sedução mentia à luxúria

A volúpia dos sentidos aprendeu
Quando primeiro o amor andou no meu coração
E entendi a emoção da liberdade
No semblante da carne

Hoje não disfarço a limpidez que me resta
Para viver com clareza o que sou
Um aprendiz do humano morando
Insistentemente dentro do ser


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MQ
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