domingo, 1 de novembro de 2009

RIO DO BRAÇO - CHAPADA DE SÃO MARCOS

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Chapada De São Marcos

(Murilo Fonseca / Marcos Quinan)



Chapada do São Marcos
Bera do Ri do Braço
Vai Vem é afruente
Entre águas
Entre rios
Meio de cerrado
Onde avoa codorna
E ispanto perdiz nos passo
Na porta da casa
Bambuzá parceiro de vento cantadô
Na porta da casa tamém
Um pau frondoso
Que cumula sombra nos embaxo
As foia sôrta antes da frorada
E arcochoa a sombra
Pr’eu deitá cum meu amô
Se cai fror durmida
Nóis panha e se prefuma
Se cai diurna
Nóis se farta de cheiro que nem beija-fror
Teno tropa pra tocá
Nóis vai no passo manso
Mode não cansá animá
Mode tê paga boa
Corda cedo
Dia sem raiá
Móia os pé no sereno
Pra animá incontrá
No pasto pequeno
Nóis campeia eles
Trais, arreia e vai gado buscá
Istimosa, Parideira, Esperança, Lambari ...
Às veis nóis passa no vau
Céu vermeio parino o sol
Merenda já tá cherano
O corpo recrama sustança
Nóis tira o leite
Aparta o gado
E atende o corpo cum zelo
Pur pricisão às veiz
Nóis mata um capado já chei de ingorda
Aí é festança
Nóis sangra ele antes da lida do gado
Mode as muié aprepará
A limpança, o discarne, o retaio
Fazê a linguiçada e as armôndega
Se truveja nas cabiçera do Braço
Nóis fica preparado
Água do ri vai lambê as berada
E favorecê a distoca
Aí, é o imborná de paçoca
A cabaça d’água e o invergá do corpo no eito
Nos ôi de inxada cumulado na vida
O atestado de labuta
Coisa que os calo das mão
Num faiz pur sê só dois
O da firmeza e o da repuxa
Adipois da lida
No terrero, em vorta do lume
Cum as istrela recamada no céu
A cheia fazêno crarão
Os vaga-lume riscano o negror da noite
Na guardança da terra
Nos calo da mão
O cantadô recebe a viola
E na quietude
Canta sua dismidida querença
Ah Sertão do São Marcos
Divisórias águas do braço da minha vida
Num achei a sabedoria de ficá
E me perdi nos caminho de vortá

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Arranjo – Murilo Fonseca
Vozes – Marcos Quinan e Murilo Fonseca
Violino e Viola 10 Cordas – Murilo Fonseca

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