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Para dor de cabeça, rezava Lalinha.
Encontrei Nossa Senhora
Sentada na pedra fria
Benzendo dor de cabeça
Do seu bento Filho
Para Antenor, Lalinha dizia.
- Cura tudo, é só rezar com fé, pondo a mão no lugar da dor. Se for uma ferida muda o nome mas mantém o fervor. Assim.
Encontrei Nossa Senhora
Sentada na pedra fria
Benzendo dor de ferida
Do seu bento Filho
- Mantém sempre o “benzendo dor”. Se for cobreiro.
Encontrei Nossa Senhora
Sentada na pedra fria
Benzendo dor de cobreiro
Do seu bento Filho
Para Lalinha, Antenor perguntava.
- Cura só doença? E dor de amor, cura?
- Cura não, só cura dor instalada. Dor de amor dói mas é por dentro, lateja mas o corpo não distingue.
Respondia Lalinha e ponderava.
- Mas... Sabe-se lá, nunca vi falar... Às vezes, conforme a fé... Que negócio é esse de amor, Antenor, tá atingido?
Antenor quase suspirando.
- E dói, Lalinha, dói tanto, Lalinha.
A mão de Lalinha no peito de Antenor. E ele, de olhos fechados, concentrava com fervor na reza.
Encontrei Nossa Senhora
Sentada na pedra fria
Benzendo dor de amor
Do besta do Antenor
E lascou o beijo na boca dele.
MQ
Leia a obra completa aqui: http://sertaodosaomarcos.blogspot.com/
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
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