sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

BREGANHA

.

.

breganha
(eudes fraga / marcos quinan)



pareceu agora na minha lembrança
um caso do diabo que se assucedeu... muitos ano atrais
lá nas beira do rio do braço
rosinha ruim dos peito nem ia iscapá
famia tudo avisado, a mãe, as irmãs, as tia
puxava reza, fazia promessa
era uma consumição vê ela daquele jeito
benzedô num dava jeito, dotô só balangava a cabeça desacorçoado
eu no meu canto me apegava com pai de todos e nada
foi aí que resorvi chama o dêmo e fazê breganha, fazê breganha
vida de rosinha pra cá, arma pecadora pra lá
foi como se o coisa ruim tivesse esperando
de repente rosinha miora, fica boa que muitos dotô num acreditava
vinha de longe pra vê
eu isperando o rabudo cobrá o trato
numa tremedeira nem durmino tavo
quando num relance apariceu o vermelhão, o ronca quente, capeta no duro
pele caroquenta e chifão afiado
- vim te busca - agora num vô
- trato é trato - tem que isperá
- vou te levá - num sei se vô
- ôce trato tem que pagá
dispois de muita discussão o gramulhão intestô
e bufando veio pra riba de mim
iêu num devorteio garrei o rabo dele e dei um nó
o bichão saiu pulando, xingando ofendido
era raiva do dêmo pra tudo que é lado
o feioso nunca mais vortô
iêu num temo a morte pur sê coisa certa
mais arma minha na rezança do céu, vai aparecê não
pareceu agora na minha lembrança...

.


eudes fraga – vozes e violão de 12
pantico rocha – percussão
roberto stepheson – flautas

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário