segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

BREGANHA


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breganha


pareceu agora na minha lembrança
um caso do diabo que se assucedeu...
muitos ano atráis
lá nas bera do ri do braço
rosinha ruim dos peito
nem ia iscapá,
famia tudo avisado
a mãe, as irmã, as tia
puxava reza, fazia promessa
era uma consumição vê ela daquele jeito
benzedô num dava jeito,
dotô só balangava a cabeça
desacorsoado
i’eu no meu canto
me apegava com pai de todos e nada
foi aí que resovi chamá o dêmo
e fazê breganha
vida de rosinha prá cá
arma pecadora prá lá
foi como se o coisa ruim tivesse esperano,
de repente rosinha miora,
fica boa que os dotô
e benzedô num creditava
vinha de longe prá vê
i’eu no meu canto
isperano o rabudo cobrá o trato
numa tremedeira
nem durmino tava
e deu-se um tempo
desalembrei do beiçudo
que num vinha acertá
um dia tano tocano boiada
só animá pejado de brabeza
e muita pricisão de chegá
no relance
apareceu o vermelhão,
o ronca-quente
capeta no duro
pele carroquenta
e chifrão afiado

- vim te buscá
- agora num vô, tô cheio de sirviço
- trato é trato
- tem que isperá
- vou te levá
- agora num vô, tô ocupado
- ocê tratô tem que pagá
- pagá i’eu pago, mais tem que isperá

dipois de muita discussão
o gramulhão intestô
e bufando veio prá riba de mim
i’eu num devorteio
garrei o rabo dele e dei um nó
o bichão saiu pulando,
peidando e cagando fidido
era bosta do dêmo prá tudo que é lado
do carvueiro até a meia légua
ficou uma catinga só
no rasto do beiçudo
pulano cerca
da feita que o feioso nunca mais vortô
i’eu num temo a morte
pur sê coisa certa
mais arma minha na rezança do céu
vai parecê não

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MQ
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