quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Primeira comunicação codificada - MQ

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Primeira comunicação codificada

 

 

Joaquim Barp Quinan

Sou teu avô-menino

E proponho acordo

Táticas de desmembramentos

Tudo secreto porque decerto

Muitos não acharão que é certo

Envolvê-lo tão cedo nessa epopéia

 

Foi quando eu era avô-filho

Que conheci

Ela estava em todo lugar

Mas desinteira

Porque as gentes

Achavam de prendê-la

Numas esquisitices

 

Sei um pouco do

Antes...antes...antes...

Um que era mais forte

Tirava dum mais fraco

E a trancava dentro da sua força

Acho que foi assim que tudo começou

O fraco às vezes nem sabia o que era

Mas ficava mais fraco

Alguns não esqueciam dos vestígios

Que ela deixava neles

E começaram a vê-la espalhada

Pelas coisas do mundo

E um primeiro

Decerto percebeu que era entre

Os homens a maior prisão

 

E esses uns

Os mais tolos

Numa diabeira danada

Dizem que a defendem

Que lutam por ela

Desde antes... antes... antes...

Mas tudo isso é medo puro

Os fortes não sabem lidar

Os fracos na maioria das vezes

Não a reconhecem

Por isso nossa campanha

Integrativa

 

Aviso ao atento menino-neto

Que a liberdade é sabida

E por isso anda até hoje

Entremeada nos caminhos

De fortes e fracos

Quando a olharmos

Ela nos olhará

E devemos estar preparados

Para sempre trocar

O que formulamos nesse olhar

De tanto ser fragmentada

Pelo tempo afora

Se ela nos olhar com o olhar

Da liberdade que nos convém

Devemos tomar cuidados

Porque ela não é de ninguém

Quando parece ser sua

Sempre é de mais alguém

Se olhar assintôtica

É coisa

Que pode ser que sim

E pode ser que não

Mas sempre é quando

E pro seu pai-menino é estando

Se for condicional, provisória...

Vigiada ou sob palavra

Não olha não porque são

Fantasias que os homens

Fortes e fracos

Puseram nela

Para tentar nos enganar

 

De cátedra

Roupa de gala

Que esconde

A beleza da nudez

Do seu jeito de olhar

 

Devemos ter muito cuidado

Com essas vestimentas

Imprensa, indiferença...

Linguagem, pensamento...

O guarda roupa

É bem cheio

O melhor é olhá-la

Com a limpidez dela própria

Essa deixaremos entrar

 

Vestida ou nua

Presa ou liberta

A cobiça ronda a dita

Não vamos roubá-la para nós

Deixamos o coração aberto

Para todas às vezes

Que ela quiser entrar

 

Assim ficamos acertados

Joaquim Barp Quinan

No que me ajudarás

Continuar encontrando

E assim encontrarás também

 

E poderá contar ao teu filho

E ao filho do teu filho

Que também ajudou seu avô-menino

Andar pela guerra no mundo

Para deixar a liberdade

Entrar nua, sem meias partes...

Por todas as partes do coração

 

Nosso código mais secreto

Vamos nos comunicar

Como os adultos porque assim

Eles não vão dar conta de decifrar

 

Nalguma emergência dessa lida

Consulte seu pai-menino

Ele também a conhece

Vejo muitas vezes os dois juntos

Em mais emergência seu tio Bola-menino

E sua tia Nininha-menina

Eles também andam nessa labuta

Com o avô-pai desde

Um antes-antes pouco

No mais-mais emergência

Sua mãe-menina sabe querer

Ver a liberdade no seu coração

 

E eu

Avô-menino ajudado

Ajudo o menino-neto

Tê-la assim

Até quando em definitivo

Ela vier

Na morte me levar


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