segunda-feira, 9 de julho de 2012

BREGANHA - MQ


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breganha




pareceu agora na minha lembrança

um caso do diabo que se assucedeu...

muitos ano atráis

lá nas bera do ri do braço

rosinha ruim dos peito

nem ia iscapá,

famia tudo avisado

a mãe, as irmã, as tia

puxava reza, fazia promessa

era uma consumição vê ela daquele jeito

benzedô num dava jeito,

dotô só balangava a cabeça

desacorsoado

i’eu no meu canto

me apegava com pai de todos e nada

foi aí que resovi chamá o dêmo

e fazê breganha

vida de rosinha prá cá

arma pecadora prá lá

foi como se o coisa ruim tivesse esperano,

de repente rosinha miora,

fica boa que os dotô

e benzedô num creditava

vinha de longe prá vê

i’eu no meu canto

isperano o rabudo cobrá o trato

numa tremedeira

nem durmino tava

e deu-se um tempo

desalembrei do beiçudo

que num vinha acertá

um dia tano tocano boiada

só animá pejado de brabeza

e muita pricisão de chegá

no relance

apareceu o vermelhão,

o ronca-quente

capeta no duro

pele carroquenta

e chifrão afiado



- vim te buscá

- agora num vô, tô cheio de sirviço

- trato é trato

- tem que isperá

- vou te levá

- agora num vô, tô ocupado

- ocê tratô tem que pagá

- pagá i’eu pago, mais tem que isperá



dipois de muita discussão

o gramulhão intestô

e bufando veio prá riba de mim

i’eu num devorteio

garrei o rabo dele e dei um nó

o bichão saiu pulando,

peidando e cagando fidido

era bosta do dêmo prá tudo que é lado

do carvueiro até a meia légua

ficou uma catinga só

no rasto do beiçudo

pulano cerca

da feita que o feioso nunca mais vortô

i’eu num temo a morte

pur sê coisa certa

mais arma minha na rezança do céu

vai parecê não


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