quinta-feira, 12 de abril de 2012

sina de ser tão, sertão

 
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posto o horizonte
no dia,
linha estendida
na imensidão,
caminho
de tropas
passando

vento balança
copa e tronco
ensinando dançar,
ninho de juriti,
folha nova
despertando,
cacho, coco,
capivaras, bem-te-vis
chuva fina
na terra fértil
fecunda a raiz
lançada ali

passeia o sol
no compasso
traça a luz,
projeta horas
ser tão, sertão
nos rastos
das boiadas
seguindo

lusco-fusco,
vaga-lumes
solidão
noite que a lua
segue em compasso,
dança

ermo de cerrado,
sinfonia,
solo de pirilampos
escutado sob
o silêncio
das estrelas

o tempo
são marcos
de ser tão, sertão,
na terra
onde folhas viram asas
do seu tronco buriti



MQ

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