terça-feira, 13 de dezembro de 2011

feição de vento - disparada

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o vento do cerrado
nas folhas do pequizeiro
traz dos dias da infância
o som que ouvi primeiro
 
galopando a ventania
dos anos em que vivi
engolido pelo tempo
desde o dia que nasci
 
sonho beleza do buriti
angico, mama-cadela
nas imagens lucilando
no couro da minha sela
 
sonho força da aroeira
e a liberdade da juriti
pra gastar minha lida
e escolher por onde ir
 
sonho sombra da gameleira
e a fartura de um roçado
recolhendo maisquerer
pro querer ser aumentado
 
sigo a feição do vento
aceitando o desafio
reviver cada momento
sabendo que concilio

uma canção lembrada
em aboio de voz perdida
com saudade sem lugar
enlaçada em toda vida



MQ

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